segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

a música do meu sentir

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Na noite desvio o olhar das obras imponentes,
das luzes das cidades onde vadiam os seres da noite
que me torturam, me arrastam, me servem de alimento.
Afasto-me das fogueiras que ardem nas mentes,
dos mórbidos luares nas ruelas onde a minha alma gritou
num passado que regressa sempre quando não quero.
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Hoje olho a pedra na arriba,
para o capim ondulante com o vento.
Hoje descobri a beleza de ser cana junto ao rio,
de ver o reflexo na água e conversar com os peixes;
nadar com eles através dp canal dos olhos,
descobrir os seus esconderijos nas cavernas subaquáticas
feitas à medida para a minha altura.
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Atravesso a floresta de braços abertos,
voo como o falcão, sinto as gotas de chuva na plumagem,
vejo o mar ao longe, a minha imagem;
Bebo água da chuva que cai das folhas. Espero-te.
Eu sei que um dia ficarei aqui para sempre.
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Estás aqui. Aqui acontece tudo, aqui nada morre.
Escondo-te secretamente para no momento certo subir à torre,
percorrer as muralhas ao som do jazz,
palmilhar as teclas de um piano suspensas nas cordas de uma guitarra...
E tocar para ti a música do meu sentir.
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